terça-feira, 21 de maio de 2013


Cantinho da memória 3: O PROFESSOR SALATHIEL TORRES


Leitura matinal do jornal: Salatiel
e Candinha.
O Prof. Salathiel Torres nasceu em Bambuí, MG, em 22 de dezembro de 1904.
Em 1917, mudou-se para Belo Horizonte para continuar seus estudos no Colégio Arnaldo.
Em 1920 foi para Ouro Preto para concluir o curso científico no Colégio Alfredo Baeta, onde se tornou regente de alunos, por apoio do Dr. Baeta, para ajudá-lo nos estudos. Em seguida, passou pelo curso anexo, necessário para ingressar na Escola de Minas. Já estudando na Escola de Minas, tornou-se professor de matemática no Colégio Baeta. Mais tarde foi lecionar matemática, também, no colégio Arquidiocesano. Em 1929, formou-se em engenharia e, neste ano, ainda esteve trabalhando nos serviços de melhoramentos urbanos de Ouro Preto. Neste mesmo ano tornou-se Professor da Escola de Minas e em 1931 passou a professor catedrático interino da cadeira de estabilidade das construções e concreto armado, passando a professor efetivo em 1935. Eleito vereador em Ouro Preto em 1936, perde o mandato em 1937, pela cassação imposta às representações legislativas em todo o território nacional, com a implantação do Estado Novo. De 1947 a 1956, foi diretor da Escola de Minas. Nesta época já acreditando na concretização da Universidade Federal de Ouro Preto ou prevendo o gigante em que ela se transformaria, adquiriu o terreno onde hoje a UFOP está instalada. E foi um dos seus criadores, no início da década de 60, chegando a ocupar interinamente a reitoria da universidade no início dos anos 70. Foi um idealizador e um dos fundadores da Fundação Gorceix. Também foi um dos fundadores da Escola Técnica Federal de Ouro Preto, hoje CEFET. Era impressionante o seu gosto e sua vontade de ensinar e o prazer que tinha em ver alunos aprenderem com ele.

O Engº Salatiel, responsável pelo projeto da ponte sobre a represa do rio samburá,
com o prefeito de Bambuí, simphronio Torres, Os manos Nizo e Lico, na data de inauguração da ponte.

Em 1930, o Prof. Salathiel Torres casou-se com a Senhora Cândida Cruz. Em 1931 nasceu o primeiro filho, Duílio. Em 1934 nasceu Alcida e em 1935 nasceu o terceiro e último filho, Maurílio. Duílio e Alcida deram ao casal Salathiel e Candinha, 11 netos. Maurílio não se casou.

Salatiel comemora seus 70 anos com os manos
Fão, Moge, Nizo e Totonho.
O Prof. Salathiel era um homem culto que dominava cinco línguas, lia muito, devorava diariamente três jornais de onde retirava um divertimento que lhe dava grande prazer, resolvendo as “palavras cruzadas”. Tinha, também, um divertimento exótico, que lhe permitia boas gargalhadas, quando atacava um livro de teoremas de geometria a demonstrar. Os que o viam caminhando pelas ruas de Ouro Preto, nunca o viram sem paletó e gravata. Mas, na sua simplicidade, tinha sempre boas palavras em um rosto sereno, gostava de declamar poemas, e era um homem religioso – podia ser visto, sistematicamente, subindo o beco do Carmo, aos domingos pela manhã, de braços dados com a D. Candinha, para assistir a missa das dez na Igreja do Carmo, de cuja Irmandade foi irmão. Por estar sempre presente em procissões, vestindo a opa da irmandade do Carmo ou da irmandade do Santíssimo, da Matriz do Pilar, ganhou o carinhoso apelido de Bispo, pelos alunos da Escola de Minas. Foi pessoa muito humana e caridosa. Por sua casa, em Ouro Preto, passaram muitos de seus irmãos, sobrinhos e netos, com o propósito de estudos e ainda hoje muitos deles têm suas histórias de passagem pela casa do tio Salathiel ( ou do vô Tiel) para contar. Aliás, sua presença marcante nesta vida, faz com que todos que o cercaram - filhos, netos, genro, nora, sobrinhos, amigos e alunos – tenham sempre histórias suas para contar.

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