Cantinho da memória 3: O PROFESSOR SALATHIEL TORRES
Leitura matinal do jornal: Salatiel e Candinha. |
O
Prof. Salathiel Torres nasceu em Bambuí, MG, em 22 de dezembro de 1904.
Em
1917, mudou-se para Belo Horizonte para continuar seus estudos no Colégio
Arnaldo.
Em
1920 foi para Ouro Preto para concluir o curso científico no Colégio Alfredo
Baeta, onde se tornou regente de alunos, por apoio do Dr. Baeta, para ajudá-lo
nos estudos. Em seguida, passou pelo curso anexo, necessário para ingressar na
Escola de Minas. Já estudando na Escola de Minas, tornou-se professor de
matemática no Colégio Baeta. Mais tarde foi lecionar matemática, também, no
colégio Arquidiocesano. Em 1929, formou-se em engenharia e, neste ano, ainda esteve
trabalhando nos serviços de melhoramentos urbanos de Ouro Preto. Neste mesmo
ano tornou-se Professor da Escola de Minas e em 1931 passou a professor
catedrático interino da cadeira de estabilidade das construções e concreto
armado, passando a professor efetivo em 1935. Eleito vereador em Ouro Preto em 1936,
perde o mandato em 1937, pela cassação imposta às representações legislativas
em todo o território nacional, com a implantação do Estado Novo. De 1947 a 1956, foi diretor da
Escola de Minas. Nesta época já acreditando na concretização da Universidade
Federal de Ouro Preto ou prevendo o gigante em que ela se transformaria,
adquiriu o terreno onde hoje a UFOP está instalada. E foi um dos seus
criadores, no início da década de 60, chegando a ocupar interinamente a
reitoria da universidade no início dos anos 70. Foi um idealizador e um dos
fundadores da Fundação Gorceix. Também foi um dos fundadores da Escola Técnica Federal
de Ouro Preto, hoje CEFET. Era impressionante o seu gosto e sua vontade de
ensinar e o prazer que tinha em ver alunos aprenderem com ele.
O Engº Salatiel, responsável pelo projeto da ponte sobre a represa do rio samburá, com o prefeito de Bambuí, simphronio Torres, Os manos Nizo e Lico, na data de inauguração da ponte. |
Em
1930, o Prof. Salathiel Torres casou-se com a Senhora Cândida Cruz. Em 1931 nasceu
o primeiro filho, Duílio. Em 1934 nasceu Alcida e em 1935 nasceu o terceiro e
último filho, Maurílio. Duílio e Alcida deram ao casal Salathiel e Candinha, 11
netos. Maurílio não se casou.
Salatiel comemora seus 70 anos com os manos Fão, Moge, Nizo e Totonho. |
O
Prof. Salathiel era um homem culto que dominava cinco línguas, lia muito,
devorava diariamente três jornais de onde retirava um divertimento que lhe dava
grande prazer, resolvendo as “palavras cruzadas”. Tinha, também, um
divertimento exótico, que lhe permitia boas gargalhadas, quando atacava um
livro de teoremas de geometria a demonstrar. Os que o viam caminhando pelas
ruas de Ouro Preto, nunca o viram sem paletó e gravata. Mas, na sua simplicidade,
tinha sempre boas palavras em um rosto sereno, gostava de declamar poemas, e
era um homem religioso – podia ser visto, sistematicamente, subindo o beco do
Carmo, aos domingos pela manhã, de braços dados com a D. Candinha, para
assistir a missa das dez na Igreja do Carmo, de cuja Irmandade foi irmão. Por
estar sempre presente em procissões, vestindo a opa da irmandade do Carmo ou da
irmandade do Santíssimo, da Matriz do Pilar, ganhou o carinhoso apelido de
Bispo, pelos alunos da Escola de Minas. Foi pessoa muito humana e caridosa. Por
sua casa, em Ouro Preto ,
passaram muitos de seus irmãos, sobrinhos e netos, com o propósito de estudos e
ainda hoje muitos deles têm suas histórias de passagem pela casa do tio
Salathiel ( ou do vô Tiel) para contar. Aliás, sua presença marcante nesta
vida, faz com que todos que o cercaram - filhos, netos, genro, nora, sobrinhos,
amigos e alunos – tenham sempre histórias suas para contar.
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