sexta-feira, 12 de julho de 2013

Cantinho da memória 1: Família do Moge
 
O lado elegante do jovem casal
Hermogenes e Domicília.
Domicilia Regina Torres

Falar de Hermógenes é falar de muitas pessoas ao mesmo tempo – era o bom dentista, que tinha sempre seu consultório cheio de clientes; era o bom amigo; o compadre; o fazendeiro; o criador de vacas, cavalos, porcos, galinhas e outros bichos... O criador de passarinhos; ele amava ouvir o canto de seus canarinhos bem amarelos, que ele mesmo pegava não me lembro onde, nem como!
Era um intelectual, de cultura e sensibilidade expressiva, com os discursos na ponta da língua para todos os eventos e ocasiões, que escrevia poemas, que discutia qualquer assunto com profundidade e bom humor, fossem seus interlocutores dos mais letrados aos mais simples... e, não esquecendo sua particularidade – usava seu  bom humor e não deixava de lado seus palavrões – que usava indiscriminadamente, fossem padres, bispos, doutores...
Hermógenes, que tinha o dom da
palavra, em sua pose tipica
para discursar.
Não posso deixar de me referir ao bom marido e companheiro da Domicília, aquela brava mulher, que brigava, esbravejava, mas que foi sua grande parceira durante 55 anos seguidos! Apesar de pequenas brigas, principalmente quando ele resolvia que precisava “refazer a cerca à meia-noite, porque as vacas estavam saindo para a estrada”; mas, principalmente, um homem carinhoso e paciente, que sempre lhe chamava não pelo nome, mas pelo bondoso apelido de “Santa”. Não me esqueço de que ela, muitas vezes brigando, esbravejando... e ele, com toda a paciência... não faça assim com os meninos, minha santa.... lindo isso!!!!!

Era o bom pai, que sempre tinha uma palavra de apoio e carinho para nós, filhos!
Homenagem de Lucy aos 100 anos de Domicília.
Era o grande amigo dos seus contemporâneos João Severo, Aristides Teles, Sidbad, Antonio Sifuentes, Geraldo Alzamora, Dr. Dilermando... e muitos outros que não me lembro no momento.
Ao mesmo tempo, de alguns mais jovens do que ele, Galeno Andrade, Gui, e também outros da turma do “truco”, da pinguinha, do tira-gosto e dos altos gritos de vale-seis, vale-nove, vale cem! Mais uma queda neles... e mais duas quedas, três quedas, vinte quedas... noite adentro, mais uma pinguinha, novos gritos de vitória, novas emoções!
Era também o afetivo e próximo irmão de todos e todas; lembro-me particularmente do Tio Fão e do Tio Totônio, que todos os finais de semana estavam na Lagoa dos Monjolos batendo longas horas de papo.
Não me esqueço que tio Fão chegava sempre a pé, não importando se era sol, chuva, barro ou poeira... e Tio Totonio, no seu carro preto, pomposo e empoeirado pela estradinha da Lagoa...
Hermógenes na lagoa dos monjolos.
Não posso me esquecer dos jovens sobrinhos que sempre estavam rondando o tio Moge... lembro-me bastante do Benício, Rogério...
Bem, para os filhos, sempre se esforçou para dar o melhor de si, em termos materiais, emocionais e espirituais. Todos os meus irmãos foram estudar fora de Bambuí, em uma época que tudo era mais difícil. Tiveram a formação educacional do Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto, provavelmente com o apoio do Tio Salatiel. Formação que com certeza lhes deram base para seguirem suas vidas da melhor forma que aprenderam. Eu, sendo a mais nova e única mulher entre os filhos, tenho certeza que fui muito amada por ele.
Bem, continuando a falar da prole, o primeiro foi o Henner, que infelizmente já nos deixou nessa terra, mas que foi, com certeza, um exemplo de ser humano – bondoso, amigo, sensível com o outro, bastante generoso, um grande ser humano, um grande homem. Casou-se com a Sônia, que continua linda, elegante, esperta e jovial, muito querida por nós todos. Tem quatro filhos, Hilton, Henardo, Hélcio e Cinthya. Todos casados, já com seus filhos adultos, bem centrados, bem de vida e de bem com a vida...
O Kléber casou-se muito cedo, rapidamente teve cinco filhos com a Lúcia: Rosânea, Hermógenes, Helenice, Guilherme e Simone; esposa e guerreira, que praticamente criou os filhos quase sozinha. O velho Hermógenes nunca aprovou essa conduta, tendo sido duro com ele em várias ocasiões. Casou se pela segunda vez com a Irene, teve uma filha - Isabela, mas esse casamento também não deu certo. Guiado e guiando com algumas “cachaças na cabeça”, certa feita provocou um acidente consigo mesmo com um botijão de gás, sofreu queimaduras, mas graças ao bom Deus ficou totalmente recuperado. Essa situação foi uma verdadeira alerta para ele – dessa época em diante, praticamente parou de beber, retornou ao trabalho juntamente com o Anterinho e Ennio e devagar prosperou novamente.  Por incrível que possa ser o destino, foi ele que pode cuidar de perto da mamãe, nos seus últimos seis anos de vida. Agora, com 81 anos bem vividos, está tranqüilo, apreciando o que a vida lhe reservou – a proximidade dos irmãos e dos familiares que lhe têm no coração e que estão sempre por perto dele.
O Anterinho, dentre nós todos, foi o que esteve mais presente nos eventos da família, nas horas boas e más.  Casado com a Eni há mais de 50 anos, nossa cunhada também muito querida, que sempre ajudou a todos, tendo sua casa sempre aberta a nos receber, principalmente a nós, os mais novos. Tiveram quatro bonitas filhas - Tânia, a que sabe fazer discursos bonitos tão bem quanto o vô Moge! É casada com o Luiz e tem duas filhas – essa é a família bambuiense! Todos residem na terrinha. Depois vem a Ivanisa, casada com o Douglas, que também residem em Bambuí e têm dois filhos que estudam fora.
A terceira, Ana Cristina, infelizmente também não está mais conosco – era tão querida que o Papai do Céu resolveu levá-la cedo prá junto dele. Era casada com o Alexandre e deixou um filho ainda pequeno, o Thiago. Finalmente, a Cristiane, casada com o Cássio, reside em BH e tem um casal de filhos também pequenos. Além delas, tiveram o Antero Júnior, que veio a falecer aos 2 meses de idade.
O Éolo, dizemos que é o Doutor Virtual – casado com a cunhada Dalva, tiveram dois filhos, Leonardo e Marcelo.  Leonardo atualmente está trabalhando com o pai em uma pequena empresa que estão organizando.  O Marcelo é médico.  Ele ainda tem o filho Alexandre, do segundo casamento com a Wagna.  De repente, vocês estão perguntando – mas porque Doutor Virtual? Porque ele quase nunca está fisicamente presente em nada – eventos, festas, comemorações, etc...mas age de forma efetiva e competente quando qualquer um precisa de seu apoio e ajuda!
O Ênnio, casado com a cunhada Ilídia, tiveram duas filhas – Karolina, que mora nos Estados Unidos já há vários anos, é casada com o Rafael e tem uma menina lindinha que se chama Ana Rafaela.  A mais nova, Ludmila, advogada responsável, séria, trabalha como Assessora de um Desembargador do Tribunal de Justiça de MG. Ênnio é o que está sempre mais distante, pois vive e trabalha já há muitos anos na região nordeste, juntamente com sua companheira dos bons e maus momentos – a Alexsandra.
Puxa vida... finalmente, chegou na Regina – eu, aquela pessoa meio nômade, às vezes penso que tenho “rodinha nos pés”. Saí muito cedo de Bambuí, fui estudar e trabalhar em BH.  Quando me formei psicóloga mudei-me para São Paulo, onde criei muitas raízes pessoais e profissionais. Apesar da vida louca que se leva nessa megalópole, graças a Deus consegui muitas coisas aqui – bons trabalhos, bons amigos, vínculos afetivos que mantive ao longo de minha vida. Mas, não estive todo o tempo em SP – moramos em Manaus, inclusive na mesma época que Benício e Maria Inês estavam também por lá.
Passamos uma temporada de dois anos e meio nos Estados Unidos, retornamos ao Brasil, moramos e trabalhamos em quase toda a região nordeste, juntamente com Anterinho e Ennio.  Tive um casamento de apenas três anos com o Lázaro, de Bambuí. Depois, me casei com um japonês, Paulo Kubo, vivemos juntos por 17 anos, tivemos dois queridos filhos – Frederico, que ama os aviões e hoje é Piloto em uma empresa de aviação executiva e já é pai da Clara, minha primeira netinha linda e maravilhosa, que eu amo... O mais novo, Felipe, é meio feroz... segue, por enquanto, carreira militar, sendo Tenente do Exército em Campinas. Mas irá se formar em Ciências Contábeis ao final desse ano e pretende trabalhar em outras áreas, que ainda está definindo. Bem, eu juro que eu queria, pensava e batalhava em continuar casada com o japonês até que a morte nos separasse! Mas infelizmente não deu certo o que planejei, nos separamos em 1999. Voltei para SP, pois na época estava residindo no nordeste.
Recomecei minha vida com os dois filhotes, já adolescentes.  Graças ao Papai do Céu, que é e sempre foi maravilhoso comigo, retomei a todo vapor minha vida profissional e pessoal em Sampa.  O mais importante de tudo... em um curso de inglês, conheci o Gilmar, pessoa maravilhosa, que é meu terno e eterno namorado...
Domicília, aos 100 anos, com os filhos, Antero,
Regina, Ennio, e Kleber.
Bem, acho que já escrevi bastante... os leitores já devem estar um pouco cansados... paro por aqui, desejando que nosso segundo  encontro em Bambuí seja maravilhoso e que possamos rever todos os queridos parentes,  transmitindo  nosso carinho e afeto da família do MOGE e DOMICILIA!

ATÉ JULHO, PESSOAL!!!!!!!!!!!!!

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