segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Maria Magalhães Torres
Zizinha

Edna Torres



Data de nascimento: 02-11-1897.
Data de falecimento: 31-08-1989
Filiação: Major Sebastião José de Magalhães
              Dona Ana Maria de Oliveira


D. Zizinha, como era mais conhecida, ficou órfã de mãe muito criança.
Ela contava que, quando seu pai, Sebastião Magalhães, vendeu a fazenda Boa Vista, de sua propriedade, nos arredores de Bambuí precisou da assinatura dela. Como era muito pequena, ela teve que subir em um banquinho para alcançar aquele grande livro do Cartório. 
O comprador foi o Sr. João Batista de Carvalho. 
A fazenda ficava localizada à beira da estrada que levava à região da Ponte Alta. Terras férteis, próprias para invernar bois.
Zizinha foi crescendo, amparada pelo pai e também pela segunda esposa deste, D. Sinhaninha, que lhe ensinava os afazeres de uma boa esposa e dona de casa. 
Moça muito bonita, Sinfrônio Torres, farmacêutico recém-formado em Ouro Preto, encantou-se com ela. 
Casaram-se, tiveram nove filhos, sendo sete homens e duas mulheres.
Mãe zelosa e carinhosa queria que eles estivessem sempre junto dela. E todos tinham por ela, não só o respeito que todo filho tem pela mãe. Mas, quase posso dizer, verdadeira adoração.
Como esposa, ela contava que o marido, prefeito da cidade, recebia em casa, regularmente, pessoas ilustres, autoridades. Ela, sempre solícita, queria pedir às amigas, baixelas mais sofisticadas do que aquelas que tinha em casa, mas ele dizia que receberia com o de melhor que ela tivesse, mas que fosse dela mesma.
Vestia-se com sobriedade, sempre muito bonita, sem exageros da moda.
Desdobrava-se em suas tarefas de mãe de família numerosa, tinha sempre a mesa farta: roscas, bolo e pão de ló, biscoitos, broas e pães de queijo, doces os mais diversos.
Encontrava tempo para ajudar o marido no trabalho da farmácia; era ela quem manipulava a fórmula da famosa "Cútis Bela", das pomadas e dos remédios que aliviavam as dores dos hansenianos que viviam no Sanatório São Francisco de Assis há poucos quilômetros da cidade.
Lembro-me bem de quando passeávamos juntas no terreiro de sua casa; com que orgulho ela me mostrava a horta cheia de verduras, de folhas para chás, os mamoeiros sempre plantados na beirada das cercas para que os animais domésticos não os estragassem.
Era uma pessoa tranquila que só queria o bem estar de toda a família; exemplo de esposa, mãe e dona de casa. 
Os que tiveram a ventura de conhecê-la hão de concordar comigo.
Em retribuição, valem as palavras da Marcolina, sua empregada uma vida inteira:


-"A D. Zizinha parece Nossa Senhora no andor".   

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