Maria Lúcia Torres
Francisco
e Ana Maria, saudades; que tempo longo passou sem uma palavra sequer. E nem
enviamos ainda o relato do monumental evento que devorou nosso tempo, desde
junho até agosto. Dois dias de festa no final de julho para 300 pessoas. Duas
festas que me apreenderam de modo muito diferente. A primeira festa no Capão
dos Óculos, numa noite gelada, típica festa de roça; gente demais nos espaços
mais aquecidos, muita pinga e cerveja, muita comida, muito doce, viola, sanfona
e cantoria, rasta pé; poucos, porém animados dançarinos – entre eles a prima
mais velha, a Maria do Og, nora do tio Lico, com sua filha; o Dalmo e a Ieda; o
tio Múcio e a Nicinha e mais uns poucos. Um espaço reservado para o torneio de
truco na coberta da garagem. Amigável desordem, animada, aconchegante. No
sábado a festa começou cedo, com a celebração da missa. Um parque de cerrado
belíssimo, no alto do morro finalizando a cidade, pros lados do caminho velho
de Medeiros. A Ângela aprontou aquilo com muito capricho e muito gosto. Era
confortável, tudo muito bem distribuído; mas muito grande, muito espaçoso, sem
atropelos nem com os meninos, que não trombaram em ninguém nas suas carreiras.
Durou até noite alta. Um palco aberto enorme, muito canto, muita música que a
família Fão/Belinha elevou com brilhantíssimo encanto; Muceba compareceu com
suas composições, o pequeno Bruno com sua voz forte e bela, dança da juventude
Lico/Ana, declamações, contação de contos e até uma proposta de adivinhação que
ficou sem resposta. Mas o espaço era muito grande e as famílias se juntaram em
seus grupos, espalhando-se para pegar a sombra das árvores; ficou meio
disperso. O ajuntamento ficou por conta das fotografias que foram centenas; um
desgosto. Uma festa como essa é uma fonte inesgotável de enredos para a
imaginação e para a memória. As famílias Lico (com respeitável dianteira), Niso
e Fão foram as campeãs do proletariado. Depois o desmanche e o descanso que foi
prolongado pelo muito trabalho, principalmente da Maninha, Ieda e Madinha Edna
que carregaram em seus braços frágeis o peso da organização do evento. Agora a
Maninha retomou o Torresmo, está preparando uma edição com comentários sobre a
festa e um interminável álbum de fotografias. Isto significa que ela retomou a
forma. E é isso. Nos veremos ainda esse ano? Mas quando? Beijos, saudades, Maria
Lúcia.
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