Lucy Costa e
FernandesPinto
Edna Torres
Colaboração de:
Dalmo Torres e Maria
Luiza Torres
Nome: Antero Torres
Filiação: Antônio José
Torres e Maria Jacynta D’Annunciação
Naturalidade:
Bambuhy/MG
Data de nascimento: 02
de agosto de 1873
Rodeado
de parentes e amigos, Antero Tôrres, passou a infância em Bambuí, numa vida
tranqüila como era a das pequenas vilas de então.
Naquela
época era muito difícil mandar os filhos estudar fora, devido à grande
distância das cidades onde havia colégios e à precariedade dos meios de
transporte. Apesar disso, seu pai, o Coronel Tôrres, fez questão que seus
filhos estudassem.
Antero
Tôrres foi para o Caraça, então o melhor educandário de Minas Gerais, dirigido
por padres franceses e portugueses, Lazaristas, da Congregação das Missões.
Do
Caraça, Antero Tôrres foi para Mariana, onde concluiu o curso preparatório.
Dali partiu para o Rio de Janeiro, estudando três anos na Escola de Direito.
Para
se sustentar, dava aulas de francês no colégio dos padres Lazaristas em Rio
Comprido.
Com
sua inteligência brilhante, tornou-se um grande humanista e exímio latinista.
Falava corretamente francês e espanhol.
Voltando
para Bambuí, já familiarizado com as leis, tornou-se “Provisionado”, título que
se dava a quem, através de provas, era autorizado a exercer a profissão de
Advogado, sem ser Bacharel em Direito.
Casou-se
com Dona Alcida Augusta Tôrres em 13 de fevereiro de 1897. Deste enlace
nasceram: Euríalo (o Lico), Antônio (o Totônio), Iracema, Maria Augusta (a
Pepita), Niso, Salatiel, Hermógenes (o Moge), Sinfrônio (o Fão) e Antero.
Dona
Alcida faleceu em 19 de janeiro de 1912.
Antero
Tôrres casou-se em segundas núpcias com Dona Maria Guimarães Tôrres em abril de
1915. Deste casamento nasceram os seguintes filhos: Mozart, Wilson, Jubal,
Luiza de Marilac, as gêmeas Alcida e Alcira (Dada e Didi), Inês e Maria
Jacinta.
Tal
como seu pai, preocupou-se com a educação de seus filhos. Fez questão que todos
estudassem. Três foram como ele, advogados. Um médico, com título de doutor em
medicina, por ter se aprofundado mais nos estudos. Dois engenheiros, dois
cirurgiões dentistas, um fazendeiro e as mulheres professoras.
Aos
filhos, além dos estudos, transmitiu o seu exemplo de vida, a sua fé, o seu
amor à família, o seu modo de ser cidadão com um entranhado amor à terra e à
sua gente. Forjou uma família de pessoas leais, amigas, cultas, sempre
dedicadas ao engrandecimento de Bambuí.
Foi
Agente Administrativo, cargo que corresponde hoje a Prefeito, exercendo seu
mandato de 1909 a 1912.
Editou
nessa década o primeiro jornal de Bambuí, “O
Pharol” – do qual era o redator chefe. Mais tarde fez circular outro jornal
A Voz de Bambuhy.
Nesses
tempos da República Velha a absoluta dependência dos municípios em relação aos
governos estaduais produziu chefes políticos locais, que amparados pelos
poderes do Estado, conduziam a política local com ferocidade, tratando seus
adversários com grande hostilidade. É dessa época um dito atribuído a um
político mineiro: “para os amigos pão, para os inimigos pau.” Como conseqüência
dessa conjuntura enfrentou dias turbulentos, próprios dessa época infame de
abusos e desmandos.
Foi
perseguido, mas ganhou a afeição de seus companheiros e o respeito dos
adversários, por sua coragem nas dificuldades, por sua lealdade aos amigos, por
sua retidão de caráter, por sua forte personalidade.
Faleceu
no dia 10 de novembro de 1937.
O
cortejo para o cemitério local foi longo. Havia muitas pessoas desta cidade e
das cidades vizinhas. Falou à beira do túmulo o colega advogado Dr. Jadir Brito
da Silva e a Senhorita Maria Melo, em nome do Grupo Escolar “José Alzamora”.
Uma
parte de sua casa ainda permanece de pé, à Rua Antero Tôrres, 217. Também ainda
estão lá as árvores plantadas por ele e cuidadas com tanto carinho.
Essa
rua tem seu nome, numa justa homenagem de Bambuí ao seu filho ilustre.
Lucy é filha adotiva do
Totônio e da Juracy.
Edna, Dalmo e Maria
Luiza são netos do Antero
e da Alcida, filhos do
Niso e da Alda.
Todos moram em Bambuí.
.
Bibliografia
Arquivos da família Torres
Revista Acaiaca:
Artigo assinado por Antônio Montijo e João Licínio da Silva
O Pharol Ano 2, nº. 47
14 de abril de 1918 (Hemeroteca do Estado de Minas Gerais)
O Eco nº. 168 - 18
de novembro de 1937: Artigo assinado
por E. Mourão
Folhetos do Santuário do Caraça de 1992 e do 2º semestre de
2005
Leal, Vitor Nunes – Coronelismo.
Enxada e Voto
Silva, Lindiomar J. –
Bambuí nas trilhas da Picada de Goiaz
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